Inteligência com o Poder Público: como empresas que lidam com o Estado podem melhorar sua tomada de decisão
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Inteligência com o Poder Público: como empresas que lidam com o Estado podem melhorar sua tomada de decisão

Data da publicação: 10/08/2022

Amanda Barbosa de Luna e Pedro César Oliveira *

A representação privada de interesses junto a órgãos públicos, embora fato historicamente recorrente, foi intensificada nos últimos anos no país. Seja pelo maior número de empresas que se atentaram para essa pauta, pela multiplicação do poder público direto (com os Municípios legislando sobre assuntos cada vez mais relevantes) e indireto (com autarquias e fundações), ou pelas agências e empresas especializadas em facilitar essa interação.

Fato é que essa representação, também conhecida como lobby, antes restrita a um número limitado de empresas, agora é pauta de regulamentação no Congresso Nacional e entendida como parte essencial de uma democracia saudável e estabilidade empresarial nacional.

Nesse cenário, da necessidade de um maior planejamento e utilização das ferramentas disponíveis para que uma tomada de decisão assertiva seja possível, a inteligência em fontes abertas é essencial.

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Inteligência: o que é e como diferenciar de dados?

Por muitos anos, fazia parte do imaginário popular a lenda de que encontrar um poço de petróleo no quintal de casa resolveria todos os problemas financeiros da família (e das futuras gerações, possivelmente).

Contudo, se esse cenário hipotético de fato acontecesse, surgiria o seguinte questionamento: como transformar um petróleo bruto em vantagens econômicas e/ou estratégicas? Afinal, de nada adianta ter abaixo dos pés uma mina infinita de petróleo senão souber utilizá-lo em todo seu potencial, e isso inclui realizar todas as etapas necessárias de refinamento e tratamento.

E essa é a mesma pergunta que devemos nos fazer em relação aos dados.

Há pelo menos 9 anos, a frase “dados são o novo petróleo” é replicada pela mídia. No entanto, ela possui dois lados. Em primeiro, da mesma forma que o petróleo possui a versatilidade para ser utilizado em diferentes formatos, os dados podem medir rendimentos de concorrentes, mapear interesse de clientes, fundamentar decisões, entre outros infinitos modos de uso.

Porém, da mesma forma que não adiantaria encontrar petróleo no quintal da casa sem conhecimento para refiná-lo, uma fonte infinita de dados não é o suficiente para uma tomada de decisão certeira sem a devida inteligência.

Intensificado pela imersão da internet no cotidiano da maioria da população, em um contexto em que o isolamento social em razão da pandemia contribuiu para acelerar esse processo, diferentes padrões de comportamento puderam ser mapeados. As pessoas compartilhavam seus dias de modo mais intenso, interagiam mais com conteúdo da sua rede e, consequentemente, produziam mais informações sobre elas próprias.

A esse estágio bruto da informação pode se dar o nome de dado: um fragmento de elemento informativo que, embora essencial, não é o suficiente para ser revertido em avanço real para um objetivo. Depois de coletado, esse trecho passa por um processo de análise e tratamento, de modo que, contextualizado em torno do escopo pretendido e juntado com outros fragmentos de informação, possa ser convertido diretamente para o que se pretende com ele.

Como a inteligência ajuda no lobby?

Quando o assunto é estruturar uma tomada de decisão baseada em informações tratadas e analisadas para um escopo específico, a representação privada de interesses junto aos entes públicos tem a ganhar em diferentes âmbitos, como o mapeamento de decisões, averiguação de conflitos de interesse e análise do risco político.

Em primeiro lugar, é necessário que a propositura de determinada demanda esteja alinhada com o histórico de tomada de decisão daquele ente público. Seja para propor pautas para a composição de agenda de políticas públicas do Município, seja para requerer determinado pedido para diretores de autarquias ou propor um parecer mais assertivo em audiências públicas sobre determinado projeto de lei.

Em segundo, para garantir a integridade dessa relação, a inteligência também pode ser utilizada em mapeamento de potenciais conflitos de interesse em tomadores de decisão diante do poder público. A gestão pública deve ser levada com ética e distante de da manipulação, por parte dos seus agentes, da máquina pública em favor de interesses pessoais. A identificação de algum padrão irregular pode levar a suspensão ou ineficácia de atos administrativos.

Por fim, em terceiro lugar, a análise do risco político é parte fundamental para a estabilidade reputacional da empresa. Ao vincular sua representação a determinadas pautas e, consequentemente, aos políticos que as propõem, a companhia privada deve possuir informações suficientes para avaliar a existência de riscos associados à atuação política daquele parlamentar.

Seja em qualquer cenário envolvendo a inteligência de fontes abertas na tomada de decisão na representação de interesses privados frente a órgãos públicos, a Aliant possui um amplo conjunto de soluções customizáveis e integradas em um único lugar, facilitando toda sua jornada e gestão.

* Amanda Barbosa de Luna e Pedro César Oliveira são consultores de Inteligência Corporativa da Aliant, plataforma de soluções digitais para Governança, Riscos, Compliance, Cibersecurity, Privacidade e ESG.

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